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23º CINE CEARÁ – o balanço do festival

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O XXIII Festival Ibero-Americano de Cinema, o Cine Ceará, mudou de casa e, com isso, trouxe mais benefícios do que problemas. Alguns deles também são levantados no balanço abaixo, embora, no geral, possamos dizer que foi uma boa edição

Invasão dos manifestantes ao final da sessão de SE DEUS VIVER QUE VENHA ARMADO (2013), de Luis Dantas

Manifestantes ao final da sessão de SE DEUS VIVER QUE VENHA ARMADO (2013), de Luis Dantas (foto: Ailton Monteiro)

Em um momento especialmente diferente da política brasileira, o primeiro dia da 23ª edição do Cine Ceará teve uma intrusão bem interessante da vida dentro da arte, ao final da sessão do filme de abertura, Se Deus Vier Que Venha Armado (2013), de Luis Dantas. Isso já foi um elemento novo para um festival que já se caracterizava por ser militante de esquerda nas edições anteriores, mas que neste ano preferiu adotar como “tema” o novo cinema português, embora isso não seja exatamente um tema.

No geral, a nova edição teve mais acertos do que erros. A decisão de mudar a sede do evento para as novas salas do Dragão do Mar foi bem-sucedida em vários aspectos. A possibilidade de poder acompanhar a mostra competitiva nas duas salas e no teatro ao mesmo tempo foi inteligente e eficaz. Sem falar que no mesmo lugar foi possível abrigar outras mostras, como a dedicada à atriz/diretora/cantora Maria de Medeiros, e ao novo cinema português. Pena que algumas cópias dos filmes portugueses vieram sem legendas e nem sempre eram de boa qualidade. O ideal seria que todas as cópias fossem ótimas. Dentre os filmes da mostra de Maria de Medeiros, o grande destaque foi o comovente Repare Bem (2012), dirigido por ela e atualmente em cartaz em outras praças.

E falando nos portugueses, foi inteligente da parte de Wolney Oliveira, diretor geral do festival, aproveitar a estadia de Maria de Medeiros para exibir os seus filmes (como diretora e atriz) e apresentá-la ao público cearense também como cantora em um show nanfiteatro. Ótimos músicos e um som de qualidade fizeram do espetáculo da simpática Maria um dos pontos mais marcantes do festival. Pena que o mesmo anfiteatro não foi usado para mais shows. Imagina se o Ney Matogrosso tocasse no dia da exibição do ótimo Olho Nu, hein? No caso, teriam que agendar o filme para bem antes de sua apresentação no Rock’n’Rio. Será que sairia tão caro assim para o festival?

Show de Maria de Medeiros no Anfiteatro do Centro Dragão do Mar (foto: Ailton Monteiro)

Show de Maria de Medeiros no Anfiteatro do Centro Dragão do Mar (foto: Ailton Monteiro)

Outro ponto positivo foi a qualidade dos longas-metragens estrangeiros, a qual cresceu em relação aos anos anteriores. O documentário basco Emak Bakia (o grande vencedor) e o road movie uruguaio Rincón de Darwin foram duas belas surpresas. Por outro lado, um filme como Solidões, de Oswaldo Montenegro, tem muita cara de piada de mau gosto, mas seus problemas chegaram a render momentos de diversão até mesmo na coletiva de imprensa.

Quanto aos curtas-metragens, faltou um que se destacasse como ótimo. Há, porém, alguns bons trabalhos, como Quinha, de Caroline Oliveira; Jessy, de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge; Mauro em Caiena, de Leonardo Mouramateus; Pintas, de Marcus Vinicius Vasconcelos; O Melhor Amigo, de Allan Deberton; e Sanã, de Marcos Pimentel. Com exceção de Quinha e Pintas, os demais foram premiados.

Foi bom também poder usufruir do espaço da Caixa Cultural, que abrigou algumas exibições especiais e a mostra Olhar do Ceará. Além de ser bem próximo do Dragão do Mar (é só atravessar a rua), o lugar é muito bonito e o espaço para exibição, apesar de pequeno, é confortável e com qualidade de exibição muito boa. Foi possível ver lá um curta-metragem muito bonito sobre o Cine São Luiz chamado Antes do Fim, de Glauber Paiva. Quem teve o mínimo contato com este palácio que hoje está fechado e entregue às moscas pelo governo do Estado se emocionaria com este pequeno documentário, que conta com depoimentos de Cristiano Câmara, de nosso editor Pedro Martins Freire e de José Augusto Lopes.

No mais, é torcer para que a próxima edição consiga ser melhor, trazendo filmes em melhor qualidade, tanto artística quanto tecnicamente. Já que o digital tomou conta de tudo e a tendência é matar a película, que pelo menos em eventos internacionais como este as cópias sejam todas boas e as projeções também sejam bem satisfatórias.

Veja o trailer de Rincón de Darwin

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

 

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